sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

um almoço baiano massa

sentamos pra comer. almoçar às sete da noite. o restaurante da Cida era o lugar mais próximo. foi um cara local que sugeriu. eu e a clara estávamos indo pra direção errada. a cidade era pra direita e a gente seguia pra esquerda. talvez voltando pra são paulo à pé. na cida, preferimos sentar nas mesinhas de fora, perto de dois gringos e junto com as formigas estranhas de bunda empinada, que eu expulsava raspando o cardápio na mesa, porque eu tava com medo de me morderem, já estou roxa demais para picadas. sol forte já me incomoda, coceira de picada também. estou na bahia, só consigo desviar das formigas. o sol eu driblo com meu protetor 50. pedimos um estrogonofe de camarão e deu inveja quando o prato dos gringos chegou. era um PF de arroz, feijão, salada, fritas e frango, acho. ou peixe. o nosso, ao contrário do que dizem do serviço baiano, chegou rápido, em seguida. o cheiro do leite de coco.nunca vi isso num estrogonofe. e tava bom, apesar da batata palha, que não vou muito com a cara. os gringos eu só ouvia, eu estava de costas. eu e clara pensamos em pedir uma cerveja, apesar da minha tentativa de não beber. ainda bem que só tinha Nova Schin e desistimos. Raspei o prato, costume que me veio de herança do meu avô que lutou na Segunda Guerra, não permitia que deixássemos restos no prato. os gringos, pelo jeito, também. Ouvi os dois treinando: cool, massam, massã, meissa, cul.o garçom chegou com a conta deles e uma pergunta "Gostaram?", eles conseguiram dizer "Massa" direitinho. Eu fiquei com um pouco de vergonha deles, porque massa, de onde venho, não é muito massa, nem cool. é meio bobo, parece gíria velha, que só gente desatualizada fala, mora?mas no dia seguinte, no café da manhã, a Iris explicou que aqui na Bahia se fala muito assim, e aí eu tive vergonha de mim e da minha cultura limitada. mas fazer o quê? é a minha estreia na bahia. como eu ia saber?eu e a Clara, na nossa vez, dissemos que estava uma delícia e prometemos voltar, mesmo que durante a refeição tivéssemos combinado que não, não voltaríamos porque queríamos conhecer temperos diferentes.saí feliz, pisando na areia que deixa as unhas escuras, por causa do "matéria orgânica", vulgo merda de burro. De pancinha cheia, dormi umas treze horas. Merecidas.

9 comentários:

  1. Que delícia! Tão natural a sua escrita que senti como se tivesse almoçado com vocês. Preciso conhecer a Bahia também. =)

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  2. Me deu vontade de conhecer a Bahia e fazer uma refeição na Cida. rs ;)

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  3. Queria ser uma formiga, podia até ser estranha mas sem a bunda empinada só para ver a pancinha cheia.

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  4. Muito bom o seu texto, moça. Eu tive o privilégio de conhecer a Bahia a três anos atrás. Só que não comi no restaurante da Cida.

    Abraço

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  5. Não sei onde vocês comeram,mas parece que não foi lá um local agradável, apesar da comida ter sido muito bem apreciada por vocês.Vou a Salvador todos os anos,em fevereiro,se quiser uma dica de locais bacanas para ir é só gritar!Rsrs.

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  6. foi sim, bruna!
    tava boa a comidinha. só as formigas que, né?
    bjss

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